Prof. Jimmy Sudário Cabral (UFJF)
Romantismo e
representação da morte em Liev Tolstói
Para George Lukács, Tolstoi deve ser considerado «último herdeiro do romantismo europeu», e sua literatura representa uma consciência romântica que visou superar o caráter artificial da arquitetura da civilização moderna através da reconciliação do homem com suas formas naturais de vida. A comunicação abordará as representações da morte em dois escritos de Tolstoi: O pequeno conto Três Mortes e seu romance A morte de Ivan Ilitch, obras que revelam aspectos fundamentais do romantismo tolstoiano, traduzindo seu exercício intelectual e sua postura existencial diante da morte.
Nelson Marques (UERJ)
Exílio e
morte em As Troianas de Eurípedes
Na cidade de Troia, derrotada pelos gregos depois de dez longos anos de guerras, troianos foram dizimados e troianas serão distribuídas como troféus pelos vitoriosos homens gregos. Ainda em solo pátrio, essas mulheres já se encontram exiladas, pois não têm mais direitos sobre suas próprias vidas. Seus gritos e lamentos desesperados demonstram o quanto elas já estão separadas das suas raízes e de uma pátria que - consumida pelas chamas - não pode mais trazer a segurança dos laços familiares, culturais e afetivos de outrora. Morte e vida parecem não mais ter fronteiras e Hécuba, Cassandra, Andrômaca, Polixena e tantas mais - antes humanas – tornam-se despojos de guerra, seres inexistentes que reverberam, em tantas vozes que ao longo de nossa história – dramática ou não – ainda tentam de algum modo gritar por justiça.
Nelson Menezes Neto (UFRJ)
A morte de
Sócrates e a "mais verdadeira tragédia"
Em
sua arte de compor o drama filosófico, qual a relação de Platão com a tragédia?
Como sugere Diógenes Laércio, teria Platão abandonado a arte de escrever
tragédias para fazer filosofia? O que Platão compõe tem algum caráter trágico?
Este trabalho tem por objetivo desenvolver essas questões, relacionando-as ao
tema da morte de Sócrates, de significante relevo nos escritos platônicos. Tendo
como ponto de partida a noção de “tragédia mais verdadeira” (τραγῳδίαν τὴν
ἀληθεστάτην), apresentada no Livro VII das Leis, buscaremos mostrar de que modo
essa noção se aplica à morte de Sócrates enquanto composição dramática, o que
permitirá uma compreensão de Platão como um filósofo-poeta trágico.
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